Existem pessoas passionais e descontrolas que não têm coragem de enfrentar seu agressor. Na primeira oportunidade de extravasar e aliviar sua tensão nervosa ou o que está a atormentar, descontam nos outros a sua raiva. Você acha isso justo?
Existem vários caminhos para resolver seu problema e não ferir ninguém: soco em saco de areia; ir para frente do espelho e esculhambar sua própria fraqueza; correr até suar o último pingo de ódio; nadar até afogar suas mágoas. Tantas coisas mirabolantes podem ser feitas, mas creio que existe uma ótima alternativa. Cozinhe uma galinha e convide seu inimigo para devorarem durante um bate papo. Cada momento que tiver vontade de pular no pescoço para agredi-lo, conte mentalmente até dez. Acha cansativo? Pense: depois da explosão da raiva, a tapa levada, o grito explodido, os maus tratos aplicados, assim como você sabe está sentindo na pele, jamais será esquecido pela vítima.
O segundo passo é tratar muito bem o réu para induzi-lo a lhe pedir perdão porque realmente está com remorso. Quem erra e pede perdão, se é perdoado, também não lembrará mais do fato. Quem perdoa não pode apenas falar da boca para fora, senão o passado nunca deixará de ser presente, remoerá, sofrerá todos os dias e adoecerá por acumular dia-a-dia mais ressentimentos. Isso poderá tornar-se um transtorno psíquico ou total desequilíbrio mental, o importante é relevar e enterrar de vez o episódio.
Quando perdoamos ou somos perdoados, temos que lavar as sujeiras que agridem o nosso interior, debaixo de forte aguaceiro purificador de almas, até que ela fique incolor, inodora e aquelas manchas sumam, para não se abrirem em pústulas e nunca mais cicatrizarem. Para as escaras na alma não há remédio e nem receitas médicas, só o tempo, dono do esquecimento, talvez as cure...
Livro: Alinhavando Palavras - Sem pé, nem cabeça. I VOLUME
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