by Maria de Deus Oliveira
A cidade de Olinda fundada em 1535 por Duarte Coelho Pereira, era sede da capitania de Pernambuco, mas foi incendiada pelos holandeses que transferiram a sede para a atual capital Recife. Em 1637 elevada à categoria de cidade, volta a ser capital de Pernambuco, porém em 1654, quando os portugueses retomaram o poder e expulsaram os holandeses em 1837, perde de vez o título. Pela sua historicidade aliada à beleza natural, em 1982, é tombada como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela UNESCO. Hoje é considerada um dos mais importantes centros culturais do país. Ornada pelas igrejas, seminários e casarios, a cidade atrai visitantes de todas as partes do mundo, principalmente durante a tradicional festa do Momo, porque a cidade inteira torna-se palco das alegorias. Atualmente é dona do maior carnaval participativo do mundo e as ladeiras de Olinda enchem-se de fantasias coloridas, plumas, paetês e adereços extravagantes. Durante os dias de folia a massa, o povo, os turistas acompanham as troças carnavalescas, maracatus, afoxés, bonecos gigantes, batuques e ritmos irresistíveis que tornam a folia carnavalesca um espetáculo único. Todos os anos revivem a tradição com o esplendor do passado. Os alucinantes ritmos tocados através dos clubes de frevos, de bloco – bandas de pau e corda; o frevo rasgado - som metálico (de rua); o frevo canção, com os mais variados temas e que fazem os foliões frevarem, alinhavando a noite com o dia sem parar. Nos olindenses a folia pulsa venalmente dentro do coração e ela acontece o ano inteiro.
Quem disser que nunca teve no verão uma paixão de carnaval, desculpe, está omitindo ou mentindo? Quem sabe? Não é preciso entrar na folia para se viver um encantamento, uma paixão fugaz ou conhecer o amor derradeiro. A festa pagã irradia pecado, na praia, na fazenda, até mesmo na internet, seja onde for isso acontece! Colombinas, Pierrôs e Arlequins jamais deixarão de existir na nossa fantasia e nem na nossa realidade da vida. O que seria de nós se não houvesse essas alegorias que adornam e massageiam os nossos corações, embelezando e perfumando nossas almas? A sedução faz parte do ser humano. É normal sentir desejos de seduzir e sucumbir a essa maravilhosa e tentadora emoção Faz parte da teia amorosa: a cumplicidade de pertencer, trocar carinhos, abraçar, beijar etc. No entanto existem palavras que são iguais ou melhores de que qualquer carícia quando ditas dentro do olho a olho e que provocam descargas de adrenalina, mesmo acionadas há muito tempo após o período monesco, ao lembramos daquela provocação mágica, sensual, incomum e ímpar, nos deliciamos. Isso não é uma felicidade qualquer, mas sim aquilo que resgata do homem a esperança, que o move ir à luta e poder cada vez mais viver, sentir, pulsar, partilhar, retribuir, enfim, viver intensamente, gravar na memória e depois com suaves sorrisos relembrar as coisas boas da vida, porque amar é bom demais, nos deixa em estado de “graça”, feliz, sorrindo à toa, porque é luz que acende para sempre dentro de nós e ilumina todos os caminhos por onde passamos, derruba qualquer barreira, preconceito ou discriminação: O amor é indiscutivelmente, genuinamente, originalmente benfeitor.
A paixão é fogo ardente. O combustível, o motor que acelera o coração, arrebata o corpo e algema a alma. Sem ela tudo acaba, vira cinza simplesmente. Então vista sua alegoria amorosa para sempre. Cuide do seu romance com zelo e sem pudor. Lembre-se, tudo que é feito com paixão e tesão é perfeito, e é por causa deles que nunca morre o amor!
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