As pessoas quando querem afastar-se de outras, usa a indiferença como escudo e abre uma cratera nos relacionamentos. A maioria conservam-se unidas mesmo a estar em lugares distantes e outras se mantêm ausentes da vida do outro convivendo no cotidiano lado a lado. Na maioria das vezes isso ocorre porque não queremos aceitar a outra pessoa como ela é, e essa, não quer ser aceita se não for a sua maneira de ser e não aquilo que pretendem e impõem que seja. Defeitos? Todos nós temos, e assim as barreiras vão surgindo de tal forma que as pessoas não se enxergam mais.
Muitas vezes acontecem fatos no mundo que nos emociona ao ponto de choramos e, esquecemos do principal, das pessoas que estão em nosso contexto e sem que percebamos, o nosso descaso é incapaz de enxergar as dores, as emoções sofridas pelos seres que estão junto a nós, se é digno de nosso choro porque elas deixaram de nos interessar. A indiferença mata como o pingo d’água intermitente que destrói qualquer piso, abrindo distância entre um espaço bem próximo. Será que o fato de convivermos diariamente com uma pessoa, esse hábito, não nos deixa percebê-la e nem notá-la mais, ao ponto de considerar sem importância, até enfeitar uma mesa para o almoço ou jantar? De qualquer forma tá bom, embora antes, quando o romantismo reinava, era magnífico um jantar a luz de velas, mas, infelizmente vem o relaxamento, não caprichamos mais nem na nossa aparência, não nos perfumamos, perdemos a vaidade para sermos percebidas, notada por algo renovador que nos embeleze e alegrar o olhar de quem nos vê constantemente?
Queremos que as pessoas se unam e transformem o mundo, rumo a tempos melhores, mas não contribuímos para que isso aconteça, acomodados a uma vidinha sem sorrisos, charme e atrativo algum. Se não melhorarmos o nosso censo de humor em nossa vida para aqueles que amamos e que nos ama, nada transformaremos e o futuro será um marasmo sem o colorido do amor. Temos que pensar em fazer alguma coisa, mas o ponto de partida está arraigado a raiz do problema, a nossa casa.
Precisamos entender o outro com benevolência para nos avistarem com bons olhos. Conversar muito, nos unir mais, criar elos para laçar nossos corações, construir pontes entre eles e que estas não sejam de safenas porque assim já estaria bastante avariado esse órgão vital e palpitante. Demonstrar afeto quebra o gelo e revitaliza o aconchego.
O amor é transformador. Não morra de solidão e nem deixe ninguém morrer a míngua de carinho perto de você. Dar a mão é o primeiro passo. Dar o braço a torcer, o segundo, e o terceiro é o sorriso capaz de quebrar o orgulho que não leva a nada e a caminho nenhum.
Goste de estar em sua casa com o seu par. O contato, o carinho, comidinhas especiais para depois do amor, podem ajudar a reestruturar qualquer sentimento ou relacionamento abalado, mas é preciso que se deseje esse novo reencontro, pois a paixão foi apagada pela monotonia, a rotina que permitimos invadir o nosso contingente pessoal. Procurar perceber mais como é o outro, respeitar as diferenças, entrar em sintonia e depois rir bastantes juntos, mesmo se a piada não tiver graça, o importante é partilhar e pertencer.
É difícil recomeçar? É bem menos complicado de quê começar porque o início é no escuro e depois só o tempo mostra tudo às claras. A convivência debaixo do mesmo teto é que pode mostrar realmente como nós somos, mas se não tentarmos nunca, como vamos saber?
Não se recupera o tempo perdido e não se deve gasta-lo em perder mais. Duas ou mais cabeças pensando juntas, projetam e realizam muito mais do que apenas uma. "Vamos amar os corações que nos cercam e tentar alcançar novamente aqueles que se distanciaram. Há sempre tempo para se amar. E se não houvesse, o próprio amor seria capaz de inventar". A indiferença é igual à sede que temos diante do mar, nunca a saciaremos com aquele líquido, então, podemos morrer sedento diante de tanta água ondulando à nossa frente.
Vamos promover e projetar o reencontro com a ansiedade da magia do primeiro encontro. Voltaremos a ser uma pessoa melhor e bem mais feliz. Nós merecemos!
by Maria de Deus Oliveira
Um comentário:
DD!
Aprendo muito contigo. Suas palavras tocam minha alma...
Mil bjos.
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